terça-feira, 2 de novembro de 2010

O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO



Em uma bela manhã de domingo recebi de um amigo um delicioso bom dia, via MSN, seguido desse vídeo.  Um verdadeiro orgasmo matinal seguido de um sentimento de repulsa, de indignação. Feliz por perceber as grandes conquistas das lutas trabalhistas. O quanto o operário conseguiu se libertar e como a informação e liberdade de expressão são possíveis hoje. Porém indignada por perceber que muitas dessas conquistas foram disfarçadas pelo escárnio do capital, que manteve os operários presos com algemas disfarçadas de miseráveis barganhas.
 Mas a utopia de um mundo melhor é que nos faz caminhar e continuar nessa luta diária, de repassar o conhecimento, de causar no outro a indignação, que traz uma vontade de compreensão. “É fundamental compreender que a riqueza só pode ser produzida pelo trabalho”. E quando se produz mais do que a força de trabalho pode oferecer, é ai que acontece a exploração, o roubo, onde o patrão obtém o lucro às custas do trabalho alheio. “É necessário perceber essa economia básica para entender que o sistema capitalista se baseia no roubo, e por isso tenta se sustentar através da violência, uma vez que, por sistema lógico, não é capaz de faz-lo”. Por isso é importante estudar, compreender, construir uma consciência política, sensibilizar e mais do que isto, trazer a tona sentimentos humanistas, socialistas que têm a coletividade, igualdade, equidade como princípios fundamentais e reconhece o trabalhador como sujeito de si.
O capitalismo aliena e não deixa o operário, ou melhor, nós trabalhadores, seres humanos, percebermos a riqueza e a beleza do seu trabalho.  Aceita-se tudo,  e acaba-se  explorado, esquecido, humilhado porque não conhece seus direitos e não se reconhece no trabalho. E como disse Vinícius de Morais (em sua poesia citada no vídeo acima), é necessário compreender porque o tijolo vale mais que o pão. O operário faz a coisa e a coisa faz o operário. Tudo o que existia era o operário que fazia, com sua mão rude de operário. E quando o operário se reconhece, é nesse reconhecimento que se cresce, que se adquire uma nova dimensão, de poesia, de compreensão. O saber do operário irrita e ameaça o patrão e que por isso tenta dobrar-lhe com lorota e alienação, tenta comprá-lo com dinheiro, mulher, instigar a ambição. E se não se vende ele usa violência pra dominar a situação.
É importante notar coisas que antes não se dava atenção, e aprender a dizer não! Um NÃO contra o sistema, um NÃO contra a alienação, contra a exploração!
 “Não fique aguardando o tempo implacável fazer de tua existência a existência de um inútil, de um aborto ambulante, de uma triste tragédia na história do universo”. A luta é um processo diário. “E escolha é exclusivamente sua e intransferível!” Um obrigado aos amigos que contribuem com minha formação, pois é dividindo o conhecimento e repassando a informação que se contribui com o “operário em construção”.

Por Carol Garcia

Um comentário:

  1. Carol, muito doido. Estamos sempre em construção, e sempre em luta. Lutamos contra tudo que nos aliena, tudo que nos limita, e tudo que nos prende. Vivemos com o coração na ponta dos dedos, tentando apalpar o futuro, que é baseado na nossa esperança de que um dia teremos um mundo mais justo e igual, onde um tijolo terá o mesmo valor do pão, onde o opérario não será empregado, mas simplesmente alguem que optou por estar lá movendo a engrenagem, e não por uma simples imposição do mundo. E lendo versos tão instigantes e verdadeiros é que alimento meus sonhos de que este mundo não está tão longe, e que realmente é possivel mudar.
    Bjo pra vc, e que seus pensamentos possam sempre guiar as coisas da Carol!

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